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Atualizado em 30/07/2024
O risco de câncer da mama contralateral é de aproximadamente 0,5% por ano durante 20 anos após o diagnóstico. A mastectomia contralateral reduz a incidência de um segundo câncer de mama primário na mama contralateral, mas os estudos não demonstraram um declínio da mortalidade.
Este estudo de coorte, usando dados do banco de dados SEER, incluiu mulheres com câncer de mama in situ ou invasivo diagnosticado de 2000 a 2019 e foram acompanhadas a partir de 6 meses após o diagnóstico até a morte por qualquer causa, perda de seguimento ou final do período do estudo (novembro de 2021). Foram calculados o risco cumulativo de câncer de mama contralateral para o período de 20 anos após o diagnóstico de câncer de mama para todas as mulheres e pela cirurgia inicial realizada.
Analisadas 661.270 mulheres com câncer de mama (idade média 58 anos). 70,6% foi submetida a cirurgia conservadora, 23,4% tiveram mastectomia unilateral e 6,0% tiveram mastectomia bilateral.
766 pacientes (2,1%) tiveram câncer de mama contralateral no grupo de CIRURGIA CONSERVADORA; 728 (2,0%) com câncer contralateral no grupo de mastectomia unilateral; e 97 pacientes (0,3%) com câncer de mama contralateral no grupo de mastectomia bilateral. A mediana de tempo decorrido entre o câncer primário e o câncer contralateral foi de 5 anos.
A mortalidade acumulativa por câncer de mama aos 15 anos foi de 32,1% para aquelas que desenvolveram câncer contralateral e de 14,5% para aquelas que não o tiveram.
A mortalidade acumulada por ano por câncer de mama foi de 16,3% para aqueles no grupo de CIRURGIA CONSERVADORA, 16,7% para aqueles no grupo de mastectomia unilateral e 16,7% para aqueles no grupo de mastectomia bilateral. Em comparação com as mulheres no grupo de CIRURGIA CONSERVADORA, o HR de morte por câncer de mama no grupo de mastectomia bilateral foi de 0,99 (IC 95%, 0,95-1,03). Em comparação com as mulheres no grupo de CIRURGIA CONSERVADORA, o HR de morte por câncer de mama no grupo de mastectomia unilateral foi de 1,07 (IC 95%, 1,02-1,11).
Os resultados deste estudo de coorte demonstram que a mastectomia bilateral reduz em muito o risco de um segundo câncer, mas não afeta a mortalidade. Após um câncer de mama contralateral, a taxa de mortalidade aumentou 4 vezes desde o diagnóstico do câncer contralateral até o final do acompanhamento dessa coorte. No entanto, as pacientes tratadas com mastectomia bilateral para câncer de mama unilateral apresentaram taxas de mortalidade semelhantes às tratadas com cirurgia unilateral.
Mastologista do Programa Cuidar do Hospital Israelita Albert Einstein; Mastologista da Clínica Femi em Alphaville/SP; Membro da Comissão de Educação Continuada da Sociedade Brasileira de Mastologia-SP